1. Quem é Tex?
Tex surge nas bancas em Setembro de 1948. O primeiro quadrinho já o mostra decidido, pistola em punho: “Por todos os diabos, será que ainda estão nas minhas costas?”. Diferente dos heróis da época, Tex é um homem duro. Sem hesitações, julgando as pessoas com um único olhar, não é destinado às crianças, mas a um público mais maduro. O linguajar de Tex é realmente bastante duro e violento, e nos mostra um Tex (na versão não-censurada) mais “vil” que o de hoje. Na realidade, Tex é um justiceiro decidido, capaz de agir fora da lei se a situação o exigir. Ranger do Texas, chefe dos Navajos, agente indígena. Homem temido e respeitado, no seu Oeste é uma lenda, tanto junto aos índios quanto aos brancos. (No Brasil, Tex surge nos anos 50, com o nome de Texas Kid)

2. Quem criou Tex?
Em 1948, a senhora Tea Bonelli pretende modificar sua linha editorial, criando novas séries e parando com as meras reimpressões de histórias antigas, que já haviam esgotado seu público. Dessa forma, chama a Milão o desenhista Aurelio Gallepini (que trabalhava para a Nerbini antes da guerra) e confia os textos a seu ex-marido, G.L.Bonelli, notável roteirista. Juntos, ambos criam duas séries: Occhio Cupo (série ambientada nos 700 norte-americanos, entre piratas e índios), carro-chefe da Editora (e que durou menos de um ano), e Tex, um western como muitos que se fazia naqueles tempos.

3. Por que o nome Tex?
G.L.Bonelli, passeando de carro por Milão, observou o nome de uma loja, “Tex Moda”, e anotou-o. Só isso :-).

4. Por que o nome Willer?
G.L.Bonelli pretendia dar o nome Killer (em inglês, “assassino”) a seu personagem. Mas o editor foi contrário a um nome assim tão inconveniente para a época, e sugeriu trocar o K por um V: Viller. Daí o nome final Willer.

5. Por que o nome “Águia da Noite”?
É o nome indígena de Tex. Na história em que entra em contato com os Navajos pela primeira vez, o ranger usou uma fantasia e uma máscara negra para não ser reconhecido pelos traficantes de armas de Durango. Esse fato inspirou os Navajos, que lhe deram o nome de Águia da Noite.

6. Quando se desenvolvem as aventuras de Tex?
No primeiro número da versão original G.L.Bonelli faz referência a 1898. Poucos álbuns depois se fala da guerra de secessão. Na verdade, no início a documentação era inexistente e se escrevia muito à fantasia. Assim, relegando os primeiros álbuns que não são confiáveis para a cronologia de Tex, podemos datar as aventuras de Tex por volta de 1880.

7. Onde se desenvolvem as aventuras de Tex?
Tex, depois de alguns números, se torna chefe dos Navajos e fixa residência no Arizona. Seu principal campo de atuação devia ser o sudoeste americano, com seus desertos ardentes e pequenos assentamentos de homens brancos. Tex realiza freqüentes incursões fora daquela zona, como pelos habituais México e Canadá, sem deixar de lado cidades como São Francisco, New Orleans, Washington ou lugares fascinantes como o Yucatan. Ocasionalmente, Tex anda por diversos outros lugares, como Boston, o istmo do Panamá, ou as ilhas perdidas da Melanésia no Pacífico ocidental.

8. As aventuras de Tex são do gênero Western?
Fundamentalmente, sim. Mas o elemento fantástico tradicionalmente faz parte da saga de Tex. Lugares perdidos nos quais misteriosamente são conservados monstros pré-históricos, uma cidadela espanhola isolada do mundo e que remonta aos tempos dos conquistadores, vikings emigrados à América em séculos precedentes; sem esquecer a magia de Mefisto e a periculosidade dos seguazes do vudu. Tex também é isso, além de outros elementos misteriosos, mágicos e de ficção científica que são descritos com mais detalhes em outro artigo da uBC (Il mondo fantastico in Tex).

9. Quem são os pards de Tex?
São três e bastante fiéis a Tex: Kit Carson, Kit Willer (seu filho), e Tiger Jack, um índio Navajo. (No Brasil, o Navajo recebeu o nome de Jack Tigre)

10. Quem é Kit Carson?
Era ranger antes de Tex e é seu mais fiel companheiro de aventuras. Os dois se conhecem no final da terceira história de Tex, “Na trilha da morte”, inserida no primeiro álbum gigante. Os dois trabalham em dupla pela primeira vez na 5ª aventura de Tex, “O bando de Kid Billy”, inserida no 2° álbum gigante. Dez anos mais velho que Tex, é retratado na sua maturidade, com os cabelos meio grisalhos (alguns insinuam que são brancos), mas ainda vivaz e impetuoso. Carson respeita a autoridade de Tex, que quase sempre toma a decisão certa e guia o grupo. Naturalmente, se Tex é aprisionado e Carson deve libertá-lo, esse se torna tão astuto quanto Tex, enquanto que sua presença habitualmente (nos álbuns mais recentes) tem a função de escada cômica. Ou seja: Carson sabe atirar quase como Tex, sabe trabalhar com os punhos, mas freqüentemente é usado para sublinhar a inteligência de Tex (ao fazer planos ou evitar emboscadas). Também é retratado como um personagem cínico e resmungão, sobretudo quando o quarteto está completo.

11. Quem é Kit Willer?
Filho de Tex e Lilith. O personagem foi introduzido na saga por G.L.Bonelli em plena época dos heróis juvenis. Capitão Miki e O Pequeno Xerife despontavam e parecia que cada série deveria ter seu pequeno protagonista. Repentinamente, G.L.Bonelli delineia Kit como um pequeno Tex que se torna cada vez mais esperto, audaz e corajoso, exatamente como seu ilustre genitor. A um certo ponto, Bonelli preparou uns roteiros para iniciar uma série independente, ligada ao nome de Kit Willer. Porém, o projeto se perdeu, assim como o próprio personagem de Kit, cujas aparições e participação G.L.Bonelli decidiu diminuir até torná-lo um mero participante do quarteto. Por outro lado, foi uma atitude pensada: Tex e Kit detinham a mesma mentalidade e não havia lugar para dois personagens tão semelhantes. O redimensionamento do personagem foi completado por Nizzi, que raramente o apresenta, e sempre em pequenos papéis.

12. Quem é Jack Tigre?
Um Navajo que se torna companheiro de Tex na aventura “A quadrilha dos Dalton”, no n.8. Em seguida lhe é confiado custodiar o pequeno Kit Willer, prelúdio de uma grande amizade. De fato, assim como Tex faz dupla com Carson, Kit faz dupla com Tigre. O Navajo é taciturno, quase invisível, mas mortal quando necessário. Assim era Tigre nas primeiras aventuras. Em seguida sua participação foi crescendo e, em algumas ocasiões, recebeu o mérito de fazer dupla com Tex, no lugar de Carson. O passado de Tigre foi habilmente descrito por Nizzi na aventura “Orgulho Navajo”.

13. Tex já foi casado?
Sim, com Lilith (Lírio Branco, na versão brasileira). Filha de Flecha Vermelha (chefe dos Navajos) e mãe de Kit Willer, aparece somente em algumas aventuras iniciais. Casa-se com Tex não por amor, mas apenas para evitar uma guerra com os brancos quando o ranger se encontra preso ao poste de torturas. Após algumas poucas aparições de Lilith, Carson chega ao povoado Navajo e, de seu diálogo com Tex, deduz-se que havia morrido. G.L.Bonelli muito rapidamente deixa para trás esse acontecimento e, por muito tempo, os leitores de Tex se perguntam o que realmente havia acontecido. O próprio G.L.Bonelli nos responde com a aventura que se inicia no n.103. Uma dramática, violenta e angustiante história que repassa a morte de Lilith pelos costumeiros especuladores. O ira de Tex se mostra implacável até a conclusão de sua vingança, muitos anos depois da morte da amada esposa.

14. Por que Tex parece não se interessar por mulheres?
Misógino. Essa é a acusação. Além disso, Tex foi casado por um brevíssimo tempo com Lilith e depois mais nada. Nada? Nada de nada, aparentemente. Sim, nas primeiras histórias as belas mulheres davam o ar de sua graça por todos os lados e, freqüentemente aproveitando as peculiaridades de alguns desenhistas, os autores as inseriram aos montes, sem qualquer resultado visível. Imaginem que numa história de G.L.Bonelli, Tex salva sete garotas índias belíssimas e agradecidas, e fica sozinho com elas numa montanha: seu único pensamento é o de repousar para a batalha do dia seguinte :-). Na verdade, ninguém sabe o que acontece quando Tex sobre as escadas de um saloon para conversar com a informante da vez. Ou quando entra em um quarto de hotel com uma jovem viúva. Ninguém sabe, mas ultimamente alguns roteiristas, recentemente ligados a Tex, nos fazem intuir que algo acontece. Nunca vimos, mas algumas atitudes nos fazem supor que...

15. Como é Tex fisicamente?
Segundo Claudio Villa, passa do metro e oitenta e cinco. De físico robusto, sua musculatura aumentou em relação aos primórdios. G.L.Bonelli, um pugilista na juventude, sempre o descreveu como um homem muito forte e ágil, capaz de derrotar com os punhos ou no braço-de-ferro o mais temível adversário. Para o rosto, Galep inicialmente se inspirou em Gary Cooper, para depois afinar seu vulto, tomando detalhes de outros atores e até mesmo de ... si próprio.

16. Quais são as habilidades de Tex?
Forte. Sobretudo, Tex é um homenzarrão, capaz de jogar qualquer um à lona. Além disso, é corajoso e veloz, seja com a pistola, seja com o rifle (consegue vencer até Buffalo Bill). É também inteligente e astuto, como todos os heróis :-). Dos heróis, traz uma característica fundamental: nunca morre, no máximo é atingido de raspão ;-). Tendo sido cowboy, é hábil com o laço e com os cavalos selvagens. Carson não aposta nunca com ele, a quem considera um verdadeiro “tição do inferno” muito sortudo. Por fim, é corajoso e sortudo no pôquer, ainda que tenha uma ligeira predisposição a favorecer a sorte, trapaceando despudoradamente. Para fazer triunfar a justiça, isso e muito mais...

17. Como Tex tornou-se Ranger?
Na 3ª aventura, “Na trilha da morte”, Marshall, chefe do West Department, oferece a Tex a estrela n.3 do Serviço Secreto dos Ranger. Serão várias as passagens nas quais Tex abandona e retoma a estrela, até a situação atual, onde se vê como um espírito livre, ranger sim, mas sem obrigações com a corporação.

18. Como Tex tornou-se Chefe dos Navajos?
Tendo se casado com Lilith, filha de Flecha Vermelha chefe dos Navajos, Tex é, com a morte desse último, o candidato natural a empunhar a sagrada lança dos chefes Navajos. Sob o comando de Tex, os Navajos prosperam em paz e serão bem poucos os que ousarão atacá-los. Apenas uma vez o comando de Tex é contestado: na aventura “Sinistros presságios”, Tex n.70/72. Aqui aparece Zhenda, ex-squaw de Flecha Vermelha. Zhenda afirma que teve um filho com Flecha Vermelha e que, de conseqüência, o comando caberia a ele: Sagua. A revolta terminará mal, contudo, porque todos os Navajos das terras quentes (a maioria em comparação aos poucos das terras altas) permanecem fiéis a Águia da Noite.

19. Como Tex tornou-se agente indígena?
É um acontecimento que ainda não foi contado. Num dos primeiros acontecimentos fundamentais para os Navajos (“Sangue Navajo”, n.51/53), Tex já é Agente do Governo para a Reserva.

20. Quem é Dinamite?
O cavalo de Tex. Aparece desde o primeiro número e por muitas aventuras é um companheiro fiel e insuperável. Veloz e resistente, é também inteligente ao ponto de conseguir “cavar” com as patas em volta de um buraco no qual Tex é sepultado e condenado a um fim horrível sob o sol do deserto. A um certo ponto, Tex parará de dizer “Vamos, Dinamite”, e nunca mais ouviremos falar dele.

21. Quem é Satã?
Um cão adotado por Tex na mesma aventura em que conhece Lilith. Fará dupla com ele por diversas aventuras. Essa percepção (do animal “parceiro”) nos recorda um dos quadrinhos preferidos de G.L.Bonelli: Fantasma, na Itália O Homem Mascarado.

22. Quem são os outros amigos de Tex?
No México, Montales, sempre envolvido nos periódicos golpes de estado locais, e El Morisco, curandeiro, cientista e dedicado à “magia branca” nas horas vagas. No Canadá, Jim Brandon, oficial dos Jaquetas Vermelhas, e Gros Jean, trapper jovial e irascível, envolvido em mil encrencas. Em São Francisco, o chefe da polícia Tom Devlin. Aqui e ali o desajeitado gigante bonzinho Pat Mac Ryan, sempre encrencado. Entre os Apaches, o irmão de sangue Cochise, chefe de todas as tribos apaches. E muitos outros, como o xerife de New Orleans ou Mac Parland da Pinkerton. Mas os citados são os que mais aparecem na saga do ranger.

23. Quem são os mais perigosos inimigos de Tex?
Começam por Mefisto e seu filho Yama que, adentrando no terreno da magia, são os que mais fizeram Tex suar para conseguir derrotá-los. Depois, o diabólico Proteus, o bandido transformista capaz de se disfarçar de qualquer pessoa. O carniceiro não por outra razão denominado , colecionador de escalpos. O genial cientista denominado O Mestre. E tantos outros, alguns dos quais se destacaram de modo particular, mesmo aparecendo em uma única aventura. Dois exemplos: a quadrilha dos Inocentes que aterrorizava o inteiro Montana com suas aparições, e o chefe apache Lucero, protagonista de uma extraordinária aventura de G.L.Bonelli/Letteri.

24. Quem é o maior inimigo de Tex?
Se a pergunta diz respeito a qual categoria Tex mais combate, não há dúvida: especuladores, políticos, atravessadores de todo tipo. Todos aqueles que se fingem respeitáveis mas agem por trás dos panos para massacrar uma tribo, encontram Tex no seu caminho. Um Tex que não usa meias-palavras nos confrontos com criminosos de luvas brancas. Se, por outro lado, a pergunta diz respeito a qual personagem seja o arqui-inimigo de Tex, também aqui não há dúvida: Mefisto é o homem. As histórias de Tex com Mefisto já viraram lenda, ainda que há uns 200 números não apareça nenhuma.

25. Como é o passado de Tex?
No primeiro número Tex já é apresentado “on the road”, preocupado em fugir dos homens do xerife (sabe-se lá por qual motivo) e logo envolvido em outra aventura. No n.83/84, “O passado de Tex”, G.L.Bonelli nos conta como Tex tornou-se o que é. Nosso herói cresceu num rancho, próximo a Rock Springs, sul do Texas. No rancho trabalhavam ele, seu pai Ken, seu irmão Sam e Gunny Bill (que, ao lado de Sam Houston, havia participado da guerra contra o México em 1835). Justamente Gunny Bill ensina a Tex todos os truques para atirar velozmente e bem. A vida no rancho transcorre no seu ritmo quotidiano, até que aparecem os costumeiros ladrões de gado que se aproveitam da vizinha fronteira com o México. Na caça a esses homens surge a diferença de caráter entre Sam e Tex. Um respeita a legalidade e o outro, que respeita apenas a justiça, não hesita em disparar contra os rurales que os seguiam e que haviam matado Gunny Bill. Tex deixa o rancho a seu irmão e começa a vida aventurosa que o levará primeiro a um Rodeio, por cerca de três anos, como domador de broncos e touros brahma, e depois a Calver City (e aqui reencontra Coffin, que havíamos encontrado justamente no primeiro número da série), para vingar a morte de seu irmão, muito respeitador das leis para poder viver no mundo de G.L.Bonelli.
Nessa aventura em flashback, que representa em absoluto a estréia de Tex do ponto de vista cronológico, de se notar que o nosso herói já é um atirador superlativo (8 mortos nos confrontos com rurales e ladrões de gado), um jogador de pôquer impassível e capaz de descobrir as trapaças no primeiro golpe, um pugilista com dinamite nos punhos, um cavaleiro nato, um homem capaz de detectar um culpado à primeira vista. Como última anotação, é aqui que Tex doma “Dinamite”, que se tornará por todos os primeiros números o seu cavalo. Sempre como conseqüência da iniciativa que o levou a vingar seu irmão Sam, Tex se torna um fora-da-lei, religando-se ao Tex dos primeiros números.

26. Tex já foi ferido?
Inúmeras vezes, obviamente! E sempre de raspão :-). Sobretudo nas primeiras aventuras, colecionou buracos e curativos. Em seguida, as feridas tornaram-se menos freqüentes. O golpe preferido é aquele (inevitavelmente) de raspão na cabeça. Desse modo, Tex cai e parece morto, mas na verdade está apenas desmaiado e perfeitamente íntegro.

27. Tex já foi derrotado em um duelo?
Na história “Silver Bell”, Tex foi derrotado em duelo pelo mestiço Ruby Scott. Deve-se dizer, porém, que Ruby utilizava um coldre especial que lhe permitia usar o colt sem sacar, fazendo o próprio coldre girar sobre um pino central. Tex saiu bem machucado do duelo, com um tiro na costela direita e outro, de leve, na têmpora. Mas a vitória de Ruby durou pouco. Rapidamente recuperado das conseqüências do confronto, Tex desafia o mestiço e, dessa vez, é mais rápido.

28. Houve alguma história que se concluiu sem que Tex conseguisse terminar sua missão?
Não. Em diversas histórias, porém, especialmente naquelas que tratam dos índios e seus problemas de convivência com os brancos, a conclusão não foi exatamente aquela desejada por Tex. De resto, nem mesmo o grande Tex Willer pode mudar o curso da história!

29. Existe na série alguma grande incongruência lógica ou temporal?
Muito poucas, dado que a série é bem estruturada. Todavia, a mais gritante diz respeito à atividade de Tex durante o período da guerra de secessão. Nas histórias dos anos 50, Tex já é um ranger que, em companhia do filho e de Kit Carson, ajuda os povos do Oeste, que não podiam contar com a ajuda do exército empenhado na guerra, contra bandidos e índios rebeldes. Nos anos 70, ao contrário, são reinvocados por G.L.Bonelli episódios da guerra de secessão, nos quais Tex, inicialmente um simples cowboy, se vê envolvido pelos acontecimentos bélicos e termina a serviço do exército nortista. Nizzi, tempos depois, e Boselli, mais recentemente, retomaram este “mini-filão” bélico, agregando novos episódios que trazem como protagonista um Tex atuando como batedor do exército nortista. Contudo, de se notar que o período inicial, segundo nosso ponto de vista, não é representativo para a cronologia de Tex, pois escrito com muita fantasia, sem os cuidados e a documentação que é utilizada a seguir.

30. Existe na série alguma grande incongruência histórica?
Naturalmente que sim, sobretudo numa série assim tão longa e em cujo início não havia documentação. Por exemplo: logo no primeiro número se fala de 1898, data totalmente incongruente com o que se seguirá. No n.15 Tex e Carson já são rangers, Kit é um adolescente e estoura a guerra de secessão. No n.113, ao contrário, G.L.Bonelli nos diz que durante a guerra Tex e Carson ainda não se conheciam, Kit não estava sequer nos pensamentos de Tex e Lilith, que ainda deveriam se encontrar. Na realidade, os primeiros números não são confiáveis para a cronologia de Tex. Do ponto de vista histórico, porém, deve-se dizer que os Rangers eram do Texas e, com isso, não podiam agir no Kansas como fazem Tex e Carson.
Também os rangers, assim como são descritos nas aventuras iniciais, não correspondem àqueles verdadeiros: uma corporação civil (e não militar) de polícia de fronteira.
No título da aventura que começa com o n.131, “Comance” foi escrito sem H.
Na capa e no interior do n.450, foi desenhado o Campidólio como sendo a Casa Branca.
O personagem de Kit Carson nada tem a ver com o real (veja a pergunta 54).

31. Como é o relacionamento de Tex com os índios?
De respeito por suas crenças e hábitos. Tex teve muitas experiências com os “homens da medicina” indígenas, envolvidos com o sobrenatural. Tex é respeitado por grande parte das tribos como o “Grande chefe branco dos Navajos”. Como tal, muitas vezes tomou o partido dos índios (não apenas Navajos), contra os de sua própria raça. Não age assim por força de ofício: sempre analisa, com um olhar :-), de que lado está o certo e o errado, antes de intervir. Também importante para Tex é o sagrado Wampum, um cinto de pele, todo desenhado, que lhe foi presenteado por Flecha Vermelha no n.10, pág. 11. Esse cinto garante a quem o porta boa acolhida e o respeito devido aos chefes, junto a todas as tribos indígenas da América do Norte. Muitas vezes Tex usou esse cinto para se apresentar como embaixador junto a tribos hostis ou quase. Trata-se de uma invenção de fantasia, sem relação com a realidade histórica.

32. Como é o relacionamento de Tex com outras raças?
Em geral, sempre trata bem os bons e mal os maus, independente da cor da pele. Porém, quando se dirige a negros ou chineses, freqüentemente os chama por apelativos do tipo “bola de neve” ou “cara de limão”, não muito politicamente corretos. Mais que racismo (estranho ao ranger), o atendimento é paternalista: é sempre ele a tomar as rédeas e as atitudes justas, e espera que os outros o sigam. Com relação aos chineses, deve-se sublinhar que, na longa saga de Tex, sempre fazem o papel de maus. À parte alguma singela exceção.

33. Como é o relacionamento de Tex com o exército?
Um relacionamento bastante difícil. Tex tem para si que muitos oficiais do exército são meros “esquenta-cadeira”, absolutamente incapazes de pôr em prática qualquer estratégia eficaz. Muitos deles estão, segundo Tex, recheados de regulamentos aprendidos na academia militar de West Point e, assim, despreparados para enfrentar uma situação prática, especialmente em casos de guerras indígenas. Em outros casos, Tex depara com autênticos “caçadores de glória”, personagens roídos pela ambição e desejosos apenas de construir uma brilhante carreira às custas da pele dos índios. Em ambas as situações, Tex sempre consegue ridicularizar esses personagens, demonstrando que um “bom cérebro” sempre pode ter mais razão do que mil teorias aprendidas numa academia militar.

34. Por que Tex, sendo um ranger, não vive numa corporação, sob as ordens de oficiais?
O relacionamento de Tex com as rígidas estruturas militares sempre foi difícil. Muitas vezes, desde o dia em que, em Jill Point, jurou fidelidade na presença de Marshal, o chefe do serviço secreto dos rangers, Tex deixou a corporação para tempos depois reassumir. O motivo de fundo sempre foi, além da insubordinação às rígidas estruturas, a necessidade de conseguir se mover fora dos vínculos operacionais que têm aqueles que pertencem a uma corporação militar. Enfim, a situação que de fato se instaurou entre Tex e a corporação dos rangers é a seguinte: para todos os efeitos, Tex não é um ranger mas, como diríamos hoje, um “consultor” que se encarrega de algumas missões difíceis em nome da corporação. Dessa forma, conserva o distintivo e usa de sua autoridade sempre que se faz necessário.

35. Qual é a “filosofia” que orienta as ações de Tex?
Tex parece um prepotente. Certo, trabalha a favor do bem, mas é evidente seu posicionamento de fanfarrão invencível. Sem dúvida, Tex é um herói positivo: aquele que opera ao lado do bem contra o mal. Porém, de forma freqüente (ultimamente menos que no passado) e com muito prazer, ultrapassa os limites impostos pelas leis, se essas se apresentam como obstáculo à sua meta. Nunca pensou duas vezes (no passado) antes de, por exemplo, acender um palito de fósforo entre os dedos do pé de um suspeito. E quando foi atingido pessoalmente, como no caso do rapto de seu filho ou do assassinato de sua mulher, sua vingança foi terrível. Assim, Tex sempre antepõe a Justiça às Leis do estado. Contudo, já há tempos Tex estabeleceu sua linha de ação nos confrontos com os criminosos: deixar escapar os peixes pequenos para poder enjaular ou enterrar (se acontece) os mandantes, os criminosos de luvas brancas. Em suma, mais que os singelos ladrões e assassinos, Tex odeia aqueles que os manobram. Rancheros, especuladores, políticos, etc., são o alvo preferido de Tex.

36. Quem escreve as histórias de Tex?
No início é G.L.Bonelli. Roteirista e romancista, detinha longa carreira quando começou a escrever Tex. Tex não foi sua última criação, houve também Os três Bill, Yuma Kid e tantos outros personagens. G.L.Bonelli atingiu a plena maturidade artística de Tex com o início da publicação dos inéditos em Tex Gigante. Esse período (fim dos anos 60 à metade dos 70) é unanimemente considerado o melhor de Tex. Em 1976 surge o filho Sergio (sem assinar a história), que escreverá diversas aventuras de Tex, sem poder dedicar-se inteiramente, em razão de suas funções de editor. O verdadeiro sucesso chega com a estréia de Claudio Nizzi, em 1983. Ao cabo de poucos anos, Nizzi substitui o principal roteirista, G.L.Bonelli. Nos últimos anos se tenta novamente a cartada da substituição, com a estréia de Decio Canzio (diretor geral da Casa Editora e, no passado, roteirista de diversas séries), Mauro Boselli, Michele Medda. Desses, restará por enquanto apenas Mauro Boselli, com várias ótimas histórias já publicadas. Ocasionais são as intervenções de Giancarlo Berardi em 1991 e Antonio Segura em 1997, com ambas histórias publicadas fora da série regular. Vejam a matéria italiana Index degli Sceneggiatori.

37. Quem desenha as histórias de Tex?
Por muitos anos Galep carregou o piano. Mais tarde, diversos desenhistas lhe deram uma mão, mais ou menos ocasionalmente. O mais velho que ainda atua é Guglielmo Letteri, surgido em 1966. Depois, um dos mais amados pelos leitores: Giovanni Ticci, operando desde 1968. E assim foi com os demais, dentre eles o saudoso Erio Nicolò, Ferdinando Fusco, Vincenzo Monti, e os mais recentes Fabio Civitelli, Claudio Villa, Carlo Marcello. E a relação não termina aqui. Vejam a matéria italiana Index dei Disegnatori.

38. Por que tantos desenhistas se, no início, Galep fazia tudo sozinho?
No início Galep mantinha de pé duas séries: Occhio Cupo e Tex, ainda que trabalhasse até à noite. Depois, apenas Tex, mas ainda assim sua carga era enorme. Depois de vários anos, uma doença de Galep abriu os olhos de todos, evidenciando a necessidade de uma equipe de desenhistas. Ademais, obrigado a desenhar tudo sozinho, Galep não tinha tempo nem modo de usar toda sua capacidade, reservando-a apenas para as capas. Basta uma olhada nas histórias desenhadas por Galep nos anos sessenta-setenta, quando contava vários desenhistas a seu lado, para se notar que, em relação ao início, seu traço é muito mais apurado.

39. Qual é a mais longa história de Tex já publicada?
A aventura “Retorno a Pilares”, escrita por Nolitta e desenhada por Letteri. São 586 pranchas para a mais longa história, não apenas de Tex, mas de toda a Bonelli.

40. Quantos álbuns coloridos foram publicados?
Quatro, na série regular. Os n.100, 200, 300 e 400. Depois, a reedição da história “Vale da Lua”, inserida em Sabato, e os encadernados da Mondadori que reeditam algumas das mais belas aventuras de Tex em grande formato a cores. Por último, algumas iniciativas amadorísticas da ANAFI e da Editoriale Mercuri. Aos inéditos é de se juntar a história fora-de-série publicada na Specchio em 1998: “O duelo”.

41. Tex já se encontrou com outros personagens da Bonelli?
Não. Ainda que alguns o tenham visto em ação ou tenham ouvido falar dele. Particularmente em Ken Parker n.15, “Homens, feras e heróis”, Ken presencia os quatro pards em ação (numa briga). Zagor, no n.357, ouve uma profecia sobre um grande chefe branco que protegerá do mal a nação Navajo. Sobre os vários team-up bonellianos, leiam um artigo próprio na uBC.
42. Como pode a série de Tex ter 50 anos se, com 450 álbuns mensais, chega-se a 1960?
Porque antes de chegar às bancas o n.1 da série atual, as aventuras começaram a sair em Setembro de 1948 com as pequenas edições em tiras. Em seguida, foram reunidos os encalhes das revistinhas nos assim chamados “almanaquinhos”. Depois, houve a primeira reedição com os Álbuns de Ouro. Os encalhes desses Álbuns foram reunidos numa experiência de 29 números que constituiu a assim chamada 1ª série Gigante. E apenas em 1958 teve início a 2ª série Gigante (atualmente nas bancas), com o n.1. As primeiras edições não eram mensais, e isso justifica a numeração atual. Para maiores detalhes, vejam a matéria italiana Tex tutto di carta.

43. Quantas foram as edições de Tex?
Limitando-nos à série regular, essa foi toda ou em parte publicada nos álbuns em tiras (depois os encalhes foram relançados nos almanaquinhos), mais tarde nos Álbuns de Ouro (os encalhes viraram a 1ª série Gigante), em seguida a 2ª série Gigante (atualmente nas bancas, com os inéditos), a série 3 Estrelas, o Tutto Tex e a Nuova Ristampa. No total (saltando os encalhes relançados) são 6 edições. Para maiores detalhes, vejam a matéria italiana Tex tutto di carta.

44. Existem histórias fora-de-série?
Sim. Para uma relação (provavelmente incompleta), vejam a matéria Tex tutto di carta.

45. Por que Tex foi publicado em tiras?
O formato em tiras nasceu por iniciativa do editor Torelli. Uma das vantagens desse formato, naqueles anos, era o fato de ser facilmente manuseável e poder ser lido escondido (como muitos quadrinhos da época, era combatido pela moral que imperava). Somente com o triunfar do formato gigante, em seguida definido como bonelliano, a série em tiras foi abandonada e as aventuras inéditas continuaram na série gigante a partir de 1968, n.95.

46. Quantas são as capas de Tex?
973 capas em tiras + 333 capas dos almanaquinhos (no mesmo formato em tiras). 205 capas dos Álbuns de Ouro + 29 capas da 1ª série de Tex Gigante. Já chegamos a 1540, todas de Galep e quase todas inéditas. Há também as mais de 450 de Tex Gigante publicadas até agora. Galep, porém, só foi até o n.400, enquanto que as posteriores são de Villa. Contudo, os primeiros números de Tex Gigante (assim como muitos da 1ª série Gigante), não têm a rigor capas inéditas, pois que foram extraídas dos Álbuns de Ouro. A essas devemos também juntar as capas feitas para várias outras publicações, para os encadernados, livros, edições estrangeiras, etc.
Em suma, podemos estimar as capas de Galep, apenas para Tex, em mais ou menos 2.000. Considerando também aquelas para edições estrangeiras, Claudio Villa já deve ter passado de cem. Existem algumas não desenhadas por Galep e Villa, mas pelo desenhista da história. Como no caso dos Texoni, álbuns especiais de grande formato, em que as capas são assinadas pelo próprio desenhista da história.

47. Quem é o capista de Tex?
Galep desenhou quase todas as capas de Tex. No início, inclusive as reedições (e sobretudo os almanaques com os encalhes!) traziam capas inéditas. Depois, com o advento da 2ª série Gigante, a Casa Editora já estava nas mãos de Sergio Bonelli, tanto editor quanto diretor de arte de uma redação extenuada. Para economizar tempo a Galep, as capas da 2ª série Gigante foram, inicialmente, extraídas dos Álbuns de Ouro e sofreram uma colagem semi-artesanal. Dessa forma, a rigor não são capas inéditas. Uma outra característica introduzida por Bonelli é acentuar a figura do herói nas capas, em prejuízo das figuras periféricas e do fundo. Muitas capas dos Álbuns de Ouro eram belas, também porque ocasionalmente não repetiam sempre o costumeiro Tex, mas davam importância a outras figuras, também femininas. Em algumas delas Tex nem sequer aparece! A partir do n.401 da série regular, o desenho das capas passa para Claudio Villa, digno sucessor de Galep. Triste particular: Galep morre pouco depois de ter assinado sua última capa.

48. De onde os autores tiram a inspiração?
Dos filmes western, sem dúvida. Daqueles com Tom Mix, de atores como John Wayne e diretores como John Ford. Da literatura western, em particular dos livros publicados na Romantica Sonzogno, uma coleção que marcou época naqueles anos. Dinamite e Satan podem descender do Fantasma de Lee Falk. “El Muerto” de Nolitta é uma clara homenagem aos spaghetti western de Sergio Leone. Em duas aventuras, Claudio Nizzi homenageia “No Tempo das Diligências”, a obra-prima de John Ford. E de tantas outras fontes. No conjunto, porém, o universo Tex não é uma mera cópia de trabalhos de terceiros. Ao contrário, constitui um mundo original, saído plenamente da fantasia de G.L.Bonelli.

49. O sucesso de Tex foi imediato?
Não. Nos anos cinqüenta, Tex chegou a vender 50.000 cópias, enquanto Capitão Miki e O grande Blek (da editora Dardo) atingiam 200.000. Somente com a 2ª série Gigante Tex voa mais alto. As principais razões são duas: o acertado formato, que vinha ao encontro das mudanças exigidas pelo público, e os roteiros de G.L.Bonelli, então já dominando o personagem, identificando-se plenamente. Muitas das mais belas histórias de Tex são do período 100-200, logo após as tiras.

50. Por que algumas edições antigas têm datas e preços diferentes?
Quando foi iniciada a enésima reedição de Tex (a série Gigante que atualmente traz os inéditos), a tiragem inicial era naturalmente baixa. Esse formato, porém, rapidamente se impôs, vindo ao encontro da exigência de álbuns mais encorpados. Com isso, foi iniciada a reimpressão dos números esgotados. Note-se que as reedições foram quase imediatas, devido ao crescente sucesso. Limitando-nos ao n.1, originalmente publicado por volta do final de 1958 (não há data impressa nos álbuns originais), pode-se encontrar diferentes edições, nas feiras de quadrinhos. Basta notar a publicidade diferente na quarta capa (originalmente era uma chamada para “Um rapaz no Faroeste”), diferente endereço da editora (a sede mudou justamente naqueles anos), diferente número de registro. Em suma, de Tex n.1 com preço de capa de 200 liras, existem cerca de dez edições diferentes entre si, e não apenas pelos particulares citados acima, mas também por cortes da censura. Os anos passaram, começou a reedição das três estrelas e todas as reimpressões posteriores foram feitas na própria série três estrelas (com a data de 1964), sem que elas aparecessem na lombada da capa. Depois de alguns anos, o preço dos álbuns Bonelli aumentou. Mas as reedições não pararam, fazendo com que as novas apresentassem outro preço, diferente do original de 200£. Assim, além das edições originais, que já eram várias, deve-se considerar as reimpressões seguintes, que trazem na capa preços de 350£ a 800£ (período 82-83).

51. Por que se fala de censura em Tex?
Nos anos cinqüenta a Itália era muito diferente de agora. Persistia uma moral de visão bastante estreita. Os quadrinhos eram considerados prejudiciais aos jovens. Para não nos prolongarmos, basta ver-se que as reimpressões de Tex que começaram a sair nos anos cinqüenta foram modificadas. Começou com os álbuns de ouro, mas foi sobretudo com a edição definitiva (a atual série Gigante) no final dos anos cinqüenta, início dos sessentas, que a censura (interna da editora) modificou muitas histórias. Uma saia que ficou mais comprida, decotes apagados, mas sobretudo profundas modificações no linguajar de Tex (que então era diferente, mais “grosso” que o de hoje).

52. Houve algum referendum oficial sobre Tex?
Sim. Em 1981 (n.244) aparece na quarta capa de todos os álbuns Bonelli da época, um referendum solicitado pela redação, para ouvir a opinião dos leitores. O questionário de Tex recebeu 17 mil cartas, cujas respostas foram publicadas em Tex 264. O referendum concluiu:
1) Cite os títulos de pelo menos três álbuns de Tex que lhe agradaram nos últimos cinco anos.
- Tex 200, El Muerto, A pirâmide misteriosa, Sombras do Passado, O sinal de Cruzado, Sasquatch.
2) Cite os títulos de pelo menos três álbuns de Tex que lhe decepcionaram nos últimos cinco anos.
- Sombras do Passado, Sasquatch, O clã dos cubanos, Os dois rivais, A pirâmide misteriosa, O cowboy sem nome.
3) Entre os personagens das histórias de Tex, amigos ou inimigos, quais gostaria de ver mais vezes?
- Mefisto, Pat McRyan, El Morisco, Yama, Jim Brandon, Tiger Jack, Gros Jean, Kit Carson, Kit Willer, Montales e Cochise.
4) Além de Tex, editamos Zagor, Mister No, O Pequeno Ranger, Comandante Mark e Ken Parker. À exceção de Tex, quais são seus heróis preferidos? Qual não lhe interessa? Por que?
- Interessantes: Zagor, Mark, Mister No. Desinteressantes: Ken Parker, Mister No, O Pequeno Ranger.
5) Caso desejássemos iniciar uma nova série de aventuras em quadrinhos, você preferiria western, ficção científica ou gênero policial? Ou outro?
- Western em primeiro lugar, ficção científica, policial. Muito atrás, guerra, aventura em geral, cômico.
6) Se, além do costumeiro número de páginas, num dos próximos álbuns houvesse páginas a mais dedicadas à publicidade, você continuaria satisfeito?
- Venceu o sim por muito pouco, mas sempre condicionado. O não, ao contrário, foi decidido e absoluto.

53. De onde vêm os proventos de Tex?
Como chefe dos Navajos, Tex é o guardião e proprietário do ouro das montanhas Navajo. Esse ouro o deixa rico (quando necessita de dinheiro, não hesita em gastá-lo), embora se aproveite disso apenas nos momentos difíceis. Diversas aventuras foram construídas sobre essa tentadora presa. Em particular, uma das melhores histórias de Tex: “A grande intriga”, n.141/145, desenhada pelo excelente Nicolò.

54. Kit Carson existiu realmente?
Sim. Kit Carson é um dos personagens mais famosos do Oeste, muito embora G.L.Bonelli não se tenha apegado tanto ao personagem real quanto ao Kit Carson de Rino Albertarelli, HQ italiana dos anos 30. O personagem real foi por muito tempo considerado um amigo pelos índios e apelidado “Atirador de laço”. Foi também companheiro e marido de duas índias, antes de casar-se com uma mexicana. Porém, quando os Navajos se rebelaram, Carson foi um dos protagonistas de sua derrota. Particularmente contra os Navajos, foi guia e batedor da Cavalaria, comandante de tropas irregulares e responsável por diversos ataques e destruição daquilo que os Navajos tinham de mais caro: agricultura e pastos.
Última nota: quando G.L.Bonelli visitou pela primeira vez o sudoeste americano, com os filhos, ficou bastante desiludido com a pequena cama (sinal de um homem muito diferente daquele que imaginava) presente na casa (conservada ainda hoje) de Kit Carson.

55. Por que muitas histórias dos velhos álbuns de Tex não eram assinadas?
Para os leitores, por muito tempo Tex significou: “text by G.L.Bonelli” e desenhos de Galep. O editor era tão ciente disso que, temeroso de reações, não assinalava corretamente os créditos nas velhas edições. Isso até o início dos anos 80, quando Nizzi “se impôs”, pretendendo (justamente) a indicação de seu nome como autor da história. A correta indicação do nome do desenhista precedeu de alguns anos aquela do roteirista. As reedições (a partir de TuttoTex) trazem os nomes corretos.